quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Mulheres, comida e Deus


“A mudança não ocorre por causa do ódio, mas do amor. A mudança ocorre quando você entende o que deseja mudar tão profundamente que não há motivo para fazer nada além de agir com a melhor das intenções”.
Geneen Roth.


Terminei de ler o livro da Geneen Roth, “Mulheres, Comida e Deus” e o que posso dizer é que o livro é no mínimo polêmico.


Sim, polêmico, a autora começa falando da decisão dela de não fazer mais regime, de comer tudo o que desejasse, e que essa foi a forma que ela encontrou para emagrecer e para a libertação. Foi quando ela finalmente decidiu parar de tentar se consertar que ela se encontrou , se transformou.


Ela trata no livro da obsessão que certas pessoas têm pela comida, falando que comer por questões emocionais é uma maneira de sair de nós mesmos quando as coisas ficam difíceis, quando não queremos perceber o que está acontecendo. E não fugir dos seus sentimento, como raiva, dor, angustia, tristeza, por meio da comida, e da compulsão alimentar, é permitir-se sentir, é permitir-se viver, estar no seu corpo, estar viva:


“ Se a dor é muito intensa e as defesas muito fracas, a criança se torna psicótica e/ou morre. Para salvar sua vida, a criança desenvolve defesas que lhe permitam sair de uma situação que ela não pode deixar fisicamente, desligando suas emoções ou se voltando para algo que a acalma. Se contudo, como adultos, ainda acreditamos que essa dor irá nos matar, estamos enxergando pelos olhos do eu frágil que fomos um dia e confiando na defesa que desenvolvemos: a fuga”.


Segundo a autora, a mudança deve ocorrer em níveis não vistos, assim, “para mudar seu corpo, você precisa primeiro entender o que o está moldando”. Você precisa primeiro aceitar, porque se você forçar-se, excluir-se e envergonhar-se para ser magra, acabará sendo uma pessoa excluída, envergonhada, temerosa, que também será magra por 10 minutos:


“Quando você parar de lutar, de sofrer, de girar em torno da comida e do seu corpo; quando você parar de manipular e controlar, quando você relaxar e ouvir a verdade do que está lá; algo maior do que seu medo alcançará você. Com experiências repetidas de abertura e tranqüilidade, você aprende a confiar em algo infinitamente mais poderoso do que um conjunto de regras que alguém inventou: seu próprio ser.”


É interessante também e até engraçado quando ela fala que todos nós temos uma Voz interior que nos sabota, que é cruel, que nos trata como uma criança, e ela tem um capítulo inteiro falando sobre essa Voz interior, eu achei esse capítulo bem esclarecedor.


“Você tem de estar disposta a ir até o fim. A entender que a comida é um substituto para o amor e a possibilidade e o que quer que você chame de verdadeira natureza de Deus. Caso contrário, você continuará ganhando e perdendo peso pelo resto da vida. Continuará esfregando as mãos, lamentando e sentindo-se uma vítima. E, como digo à minhas alunas, apesar de não ficar sozinha, se decidir passar o resto da vida dessa maneira- a maioria das pessoas que lutam com a comida e com o peso faz exatamente isso-, é bom entender que a escolha é sua. Você tem de decidir o que irá fazer- como diz Mary Oliver- com “sua única e preciosa vida”.

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